segunda-feira, 19 de abril de 2010

Herby

Todo mundo tem um amigo que some, que aparece, que some denovo, que faz umas cagadas e te procura, que some e assim vai e vem, mas nunca, nunquinha deixa de estar ali quando você precisa, quando você menos espera e até mesmo quando você não quer que ele esteja junto.

O Pingo é esse amigo, o amigo que some e aparece como mágica, aliás... meu amigo de verdade. Ele respira e pisca e eu sei o que ele pensou e o porque e quando não sei agente subestima nossa mente poderosa e descobre, eu penso e ele sabe o que pensei... ou acha que sabe, chega a ser chato, porque ficamos muito tempo em silêncio e sabemos tudo, e quando não sabemos agente fala ou inventa.
¬¬
Mas é sobre um fusca amarelo (a cor dele era amarelo? até hoje não decifrei a cor do 'herbynho')(detonado) que vou falar e não necessariamente sobre o Pingo.
¬¬
Era fim de tarde, sexta feira, (dia de beber, cair e levantar \o/ hull) bem na época que eu trabalhava na Medex (vida de cão mas grana no bolso mole mole), ganhava bem gastava igual e fazia festa; sexta, sábado e domingo sem dormir.
O pingo teve a ilustre ideia de se bancar da Alvorada pra cá (Cachoeirinha) de fuscão, (datalhe ele não sabia certo onde eu tava morando Oo levou mais de uma hora e muito crédito de celular pra me achar) pra me pegar, destino: Baile da 48 (ah pois eh... por essas e outras que não sei como ainda tô viva!) com Tchê alguma coisa e banda.
Enfim...
Além de nós dois, tinha ainda 5 passageiros! O.O Sim 5 passageiros no banco de trás.
(éramos sete... sete malucos num fusca mais doido ainda rodando pelas avenidas movimentadas e fujindo da Brigada Militar e como destino: festas, bailão e muita música.) ...voltando...

O fusca se arrastando entre as ruas, fazendo curva lentamente, tipo balaio furado (e ele tinha lá seus furos!...) andando igual carroça, mais pra lá do que pra cá, desespero total.
Mas como sempre chegamos no bailão. Aliás de Fusca era sempre melhor chegar no bailão. A roupa chegava amassada, o cabelo despenteado, maquiagem bagunçada (era quente ficar dentro do fucão no calor do verão sem ar condicionado) falando em ar condicionado...? O fusca nem sabia o que era isso! E a gente nem dava bola pra chapinha que se ia, pro sapato que sujava no óleo ou pras mãos sujas de empurrar rsrsrs.

Mas bem amiguinhos, o Pingo fez do fusca uma lotação, entrava tanta gente lá dentro e saiam entre mortos e medrosos todos inteiros. Ah que saudade do fusca e do tempo que não volta mais.
Há uns meses, me vem o pingo com essa:
"Passei o fusca adiante! (me caiu os butiá do bolso) vou comprar uma moto."

Putaquemepariu pensei eu "como assim comprar uma moto?
E tudo que agente rodou no fusca? e as festas e as bandas? E toda a historia da nossa amizade? E caralho e quem vai ser o dono do fusca?" (sim, era como se o fusca fosse um pedaço da gente sendo vendido arrancado, tirado, forçado a ir embora) e, o que mais doía era que o fuscão móvel seria trocado por uma moto zerinho bala, um titanzinha qualquer que só leva mais um atrás e um bau que nem cabe uma só mochila de lembranças, quanto mais uma bagagem de recordaçãoes.
O fuscão levava isso e muito mais, levava nossa amizade, nossas festas, levava nossa vida louca, nossos sonhos, mochilas, poxa levava tanta coisa ele levava gente de todo canto pra onde fosse preciso. (momento choro OO) >>>(tá voltei a mim)<<<
¬¬
Mas lá veio a motinho envenenada, lá vieram os tempos de pindaiba, os tempos chuvosos, as noites sem bailão e cada um pro seu canto, afinal: "maldita moto que cabe só mais um e que droga agente tá crescendo e pior ainda estamos arrumando namorados e blábláblá".
As gurias não vejo mais, a moto apareceu lá em casa (mas nem gosto dela). E assim as historias engraçadérrimas e malucas em que éramos personagens coadjuvantes não aconteceram mais.

Que saudade daquele "rerby" -igual a gente chamava-.
O Pingo móvel deixou saudade. (a gente nunca mais ouviu falar dele, nem sei se ainda anda se 'bebe' gasolina, se solta fumaça, se chove dentro).
¬¬
Ontem ouvindo um cd que minha irmã gravou (ou fui eu? Ah nem sei) tocou a música do Tchê alguma coisa...
 Barbaridade..
"Fusca? Eu não ando nesse balaio virado... //O fusca e o fuscão preto são dois cavalos de aço e não é qualquer "moto" que vai mandar no pedaço..."
Bateu saudade. Quer saber? Eu andei! E foi bom pra kct!
Na moto? Ele adesivou: "aqui só cabe mais um".
Agora o Pingo anda sumido com cabelo pelo ombro, chorando umas pitangas.
Cedo ou tarde troco o fiesta, compro um fusca e vou lá buscar ele.

2 comentários:

Silvestre Silva Santos disse...

Muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, mas muiiiiiito bom messssmo! Sensacional. É assim que se escreve. (Claro, tirando os errinhos de digitação.) Crônica de gente grande. Veríssimo, David Coimbra e Martha Medeiros que se cuidem. beijão. Ah, eu também tive um "herby, ano 62, seis volts, 1.200... Nem ladrão queria... Beijos.

Anônimo disse...

uhasuhsauhashuauhsusahuashuusahu
Rachei com essa!!!! husauhahuahua
Quase que me engasgo de tanto rir...
um dia a Josi ainda me mata com suas Histórias malucas e ao mesmo tempo fascinantes...
Simplesmente Incrível..
PS: QUERO MAISSSSSSS