sábado, 26 de março de 2011

Para sempre... nem sempre para.

Ah como o amor é traiçoeiro. Ele chega sem pedir licença, acaba com todas as estruturas e aos poucos vai dando lugar a outros sentimentos, ciume, inveja, solidão, desespero, carência... e se você supera todos eles sem vacilar um só segundo... encontra a paz de espírito necessária para viver o felizes para sempre.
Eu vacilei. Nós vacilamos.
Cai de joelhos e supliquei pra que Deus retirasse de mim aquele ciume doentio, aquela sensação de perda constante e aquela solidão devastadora que jamais saia de perto de mim, mesmo quando estava na companhia de milhares de pessoas. Eu rezei entre lágrimas e soluços ontem por alguns minutos que pareciam ser horas intermináveis para que eu tivesse um pouco de paz dentro de mim.
Foi incrivel como, aos poucos, eu fui me sentindo aliviada e parei de chorar, de soluçar e de pensar um monte de besteiras e voltei a mim. Deus agiu. Se ele não é esse alivio que senti; não sei quem foi que teve o poder de me fazer sentir tanto alívio. Obrigada.
Eu chorava de dor, medo, confusão, ciume e pelo término de uma história que, quisera eu acreditar ser para sempre. Mas que talves, não seja diante de uma necessidade que estou tendo de correr sem olhar pra trás. Juro que estava tentando evitar essa explosão, mas é impossível fugir do que é inevitável. E neste caso o diálogo não me pareceu ser a melhor saida, pois ele sumiu do nosso quotidiano, não sei bem ao certo quando, só sei que foi embora sem rastros ou vestígios, nos deixando a mercê dos vários porquês e serás?.

Eu queria amar pra sempre, ser amada para sempre (e eu conheço muito bem o querer algo, acreditem!) mas andava numa corda bamba que não aceitava nada que me deixava confusa e me presenteava com o pânico. Toda noite como uma suposta fuga, o banheiro me dava de presente o chão e o box para eu sentar e chorar em busca de algumas desculpas para aceitar traição, mentiras e para tentar me desculpar pela infantilidade pelas discussões e pelos meus erros e gritos. Mais pânico. Mais motivo para querer fujir, para querer sumir, para querer algo pra mim e assim, terminar o que eu sonhava viver pra sempre.
Eu havia participado de cada segundo da vida a dois que eu sonhei tanto ter e conquistar, a casa, os móveis, as cores na parede do quarto, nossa filha, o nome dela... os cães os peixes... e porque Deus do céu, nos ultimos três meses eu sentia que tudo isso não combinava comigo? O que nos faltava?
Andava soterrada pelos deveres de mãe, esposa, dona de casa, dona dos cães, dos peixes a responsável pelos passeios as ideias de viajar e todos os eventos sociais? Eu sentia um vazio tremendo quando deitava na cama e o abraço que eu queria não vinha, sentia raiva de não ter percebido antes a necessidade de aceitar que o amor dele havia sido roubado por outro alguém em algum dos nossos vários momentos de discussão. Aquela magia incrível que nos uniu foi embora em velocidade igual. E isso tudo dominou minha paz e meu ânimo. Dominou minhas certezas e confiança. Fez nossos olhares não brilharem mais. Me fez perder a razão. Fez ele perder o respeito. E a desconfiança tomou lugar em nosso dia a dia.
Me derrubou no chão do banheiro em prantos e soluços monstruosos que, para variar, se confundiam com os raios e trovoadas de um céu carregado.
O teto que nos proteje hoje ainda é o mesmo, mas os corações batem em descompasso mortal.
Os olhos verdes são os mesmos, mas sem interesse, sem respeito e sem amor.
E minhas verdades? E minhas vontades e anseios? Como correr atras do meu futuro se quem deveria me dar impulso colocou uma pedra em meu calcanhar?
Por isso o passo e a mudança está com data e hora marcada.
Cada móvel e cada lembrança será mantida por mim, porque aquele amor ainda existe, porque eu amo meu maldito homem de olhos verdes. O que faltou entre nós foi o respeito e a aceitação de que cada um de nós é um ser diferente e precisa de espaço para se desenvolver.
E que aquele Deus do banheiro apareça nestes próximos dias para me trazer serenidade e coragem para seguir em frente.

Comeback...

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