quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As gavetas que guardam

Comecei a escrever histórias com cerca de sete anos. Qualquer papel com face em branco se tornava uma página de algum personagem imaginário ou real, qualquer caneta, lápis (e confesso aqui que, uma vez; usei um lápis de olho porque não encontrava o estojo e a ideia era boa) era motivo para as letras se amontoarem e se transformarem em lindos contos, por vezes infantis e por -não raras vezes- reais e cheias de opiniões.
Escrever é uma necessidade pra mim. Pequenas frases, grandes contos, alguns relatos ou simples comentários. Sejá lá o que rolar... vai pro papel, pro guardanapo, pro blog e até pro papel higiênico se a ideia surgir e eu estiver no banheiro. Me importa escrever.
Os textos eu guardo. As frases eu trago pro blog. As histórias reais ficam em um caderno junto de algumas crônicas. Todos dormem um pouco e só acordam tempos depois, quando uma faxina pelas gavetas do armário do quartinho me trazem a tona as folhas cheias de rasuras, riscos e erros ortográficos.
Já disse aqui que sinto pena dos vestibulandos que não podem deixar os seus textos descansarem depois de escritos. Os textos precisam deste tempo. E o escritor idem.
Hoje achei um caderno minúsculo com uma frase datada em 10/04/07 dentro de uma caixinha "Aquela criatura não sabe o que quer, mas sabe que deseja algo. Que eu possa ajudá-lo..." Fiquei pensando, porque, pra quem, sobre quem, quem foi a inspiração? É engraçado não ter as respostas pra tudo, melhor ainda poder se surpreender conosco mesmo.
Salve as gavetas. Salve as memórias.
Mais que meias, minhas gavetas trazem recordações que eu mesma plantei através da minha mania de escrever tudo que sinto, que olho, que sonho. Deve ser por isso que meus armários são velhos, cheios de adesivos e com marcas de caneta, com declarações e com tanta saudade em cada prateleira.
Mais uma vez salve as gavetas!

Nenhum comentário: