sexta-feira, 23 de julho de 2010

O Verde

Logo que acordei, fiquei fitando o teto branco por longos minutos e um filme me passou pela cabeça. Desde quando pequena até agora. Vários momentos bons, outros nem tanto foram passando em cenas que nunca se repetiam. Tive vontade de ficar ali deitada de barriga pra cima até as costas começarem a doer.
Mas precisava ir a luta, aproveitar o lindo dia que Deus nos permitiu ter sob os raios de sol depois de uma semana de chuva. Eu estava virando um sapo. Um sapo verde, grudento, "zoiudo" e gelado. Quase feio, quase porque sapo pra mim jamais será um bicho feio. Eu sempre gostei de sapos. Mas nunca entendi porque não viram príncipes....
Aliás lembrei também do verde. Acho que nunca comentei aqui sobre o Verde. Comentei?
Verde era um sapo boi, que apareceu no pátio lá da casa do pai há uns cinco anos atrás, era inverno e chovia bastante, o Verde era lindo, ao menos eu o achava fantástico, enorme, "zoiudo", verde bem escuro, cheio de pequenas manchas pretas pelo corpo e fazia um barulho muito alto e estranho de hora em hora. Com pena dele ser jogado pra fora do pátio pelo pai a fim de salvá-lo dos cachorros eu o prendi numa caixa de sapato. É eu sei, idéia nada inteligente (idéia sem acento ainda não me cai bem ^^).
Um sapo preso em uma caixa de sapato... mas ele era meu daquele dia em diante. Pra minha sorte e azar dele... ele era meu!
Eu matava moscas e jogava seres nojentos na tentativa de que ele comesse. Cada vez que eu soltava ele da caixa, ele ficava o maior tempo fazendo xixi. Eu comecei a dar carinho nele e a chamá-lo pelo nome: Verde! Ele atendia. Ao menos eu sempre tive a sensação que quando eu o chamava de volta á caixa ele atendia, pois vinha na minha direção. Mais tarde descobri que na real sempre que eu gritava Verde! o cachorro latia, e o Verde com medo retornava pra caixa...
O Verde era meu amigo e o mais legal disso é que todas pessoas normais odiavam ele. Eis talves, a explicação pra só eu gostar dele lá em casa e por ele ter tido uma morte tão rápida.. rsrsrs
Uns dias depois que o prendi; a chuva "caiu a fú", e o pátio lá de casa virou um Deus nos Acuda, na real virou um lago nojento e fazia uns dias que eu não soltava o Verde pra fazer xixi na grama ou pular pela terra... nem preciso dizer que o Verde morreu.
Sei lá porque contei a história do Verde. Só sei que tive vários bichos amigos estranhos e gente amiga estranha, perdi alguns deles pro tempo e outros pra morte mesmo. Mas jamais esqueci de nenhum dos meus amigos bichos muito menos dos meus amigos gente.
O filme que me passou hoje pela cabeça, me fez lembrar de muitos deles, os bichos e as pessoas. E me deu saudade.Saudade dos momentos em que tudo o que se tem são os amigos.

Hoje o dia será puxado.
Mas me mando pra Osório amanhã pra relaxar, se Deus quiser.... se é que existe um ser normal neste mundo que consiga relaxar em Osório.... no meio daquele monte de mato e seres estranhos.... e... bom deixa quieto!
Bom final de semana, cuidem-se!

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