segunda-feira, 5 de julho de 2010

Elixir de Domingo: Ler a Zh

Ontem a minha predileta manhã de domingo, sentada na soleira da porta com uma Zero Hora de um lado e uma xícara nas mão, fiquei poucos instantes observando o vai e vém maluco das transeuntes.
Algumas pessoas simplismente piram no domingo. Impressionante, o dia que seria para dar um pit stop prolongado é o dia que elas mais correm. Ninguém pára pra ver a preguiça das crianças ou o sol raiando entre a neblina ou vai á missa...
Eu parei por pouco tempo confesso, parei pra observar a coluna da Martha Medeiros, do David Coimbra e assistir ao espetáculo que são as colunas do Paulo Sant'ana. Meu domingo não é domingo se não houver este espaço pra Zero Hora. É uma espécie de elixir.
Ler na manhã de domingo me lembra que quero crescer. Não em tamanho, mas em conhecimento.
Eu quero ser uma espécie de clone da Martha, acho que não tô muito perto, afinal me falta mais conhecimento, aquele conhecimento que vem com a leitura e com o tempo. Aquele que a escola não ensina, que a geografia e a hitória omitem e que a matemática não sabe dizer se é exata. O conhecimento que o Flávio chama de amadurecimento, que meu pai chama de vivência, ou de vida apenas, que minha tia Nena chama de juizo. Juizo este que por vezes eu esqueço, que sempre deixo em casa debaixo da cama.

A leitura é algo que ninguém rouba, é uma forma de conhecer o que não está aqui, agora no toque das mãos. É ser criança sempre usando o dom da imaginação. É o presente mais ausente que se tem. Está nas páginas da Zero Hora ou no interior dos Voluntários de Moacyr Sciliar, seja onde for está lá á sua espera.
O tempo que eu destino á leitura é superior ao tempo do meu café, do meu banho, do tempo que brinco com minha filha, é superior ás horas de metrô ou de ônibus é maior que as horas de lazer que tenho com os amigos. E são silenciosos deveras. Minhas horas de leitura são serenas e completas.
Mesmo ali sentada no pé da soleira da porta, numa manhã fria e com cara de chuva, alguns minutos me trouxeram a paz e esses mesmos minutos ao fim do texto me trouxeram sorrisos.
Mesmo estando eu e o tempo passando devagar ali... estava com minha companhia predileta.... a Martha, minha xícara.... e o corre corre das gentes malucas que vêem o domingo com sorrisos cansados e relógios despertos.

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