sábado, 16 de maio de 2009

Diferente porém igual...


Existe uma época da vida em que as pessoas lutam pelo direito de serem diferentes.

Sabemos que a sociedade tem uma inclinação a aglomerar todos na mesma tribo, estabelecendo tendências de comportamento e regras indiscutíveis sobre o que é certo e errado- "ela tá usando saia? Uso tbm""Ele comprou um monza verde limão? Eu quero" Eles vão no restaurante, vamos junto" E a sociedade se aglomera- Uma doidera só. Me parece uma maneira de manter o rebanho reunido, sem evasões, sem muita distancia.

Mas não tem jeito, vozes dissonantes sempre existirão - aleluia! Nada mais chato do que todos pensando igual e vivendo igual, comprando coisas iguais, isso me lembra uma propaganda do Omo, outra do boticário... onde todos são iguais.. até que um ser doido resolve mudar a coisa e coloca cor no branco da tela que parecia intocável.

Posto isso, devo admitir que nunca cheguei a ser uma voz dissonante, apesar de ser um tanto quanto... diferente das patis. diferentes das normais: vivi de forma muito parecida com a maioria das pessoas e nunca me considerei uma outsider, mas minha personalidade é forte e meus gostos inusitados, minha voz soa alto e costumo ser direta demais isso me dá o flash necessário pra ser diferente mas igual a muitas "diferentes" como eu... Mas se nunca ergui a bandeira do direito de ser diferente, hoje me outorgo o direito de ser indiferente. Uma bandeira mais pejorativa, eu sei. Sem o charme da contestação, da transgressão. Ser indiferente é quase uma petulância. Aprendi isso com um menino que rápido passou na minha vida, mas que num salto gritou "indiferença é a melhor coisa" "melhor vingança" "melhor palavra". E ando sendo menos diferente... mais indiferente.

Estou indiferente quando o assunto é gripe suína, que acho ser algo incrivelmente fantasiado, na minha humilde opinião, um assunto tosco para tirarem ou taparem um furo... pandemia é os roubos na política, a aids ainda sem cura, as crianças morrendo de fome e a maconha sendo liberada como se fosse paracetamol. Ainda quero ir pro México, com ou sem espirro e dor no corpo, comendo ou não lombinho. Essa gripe não é essa maré toda. Pra isso estou indiferente.

Voltando...

Não é por eu querer ser diferente, não. Quem me conhece sabe que sou clone de qualquer outra mulher, basta observar meus hábitos, minhas roupas, minhas opiniões: em geral, faço parte da turma das iguais com algumas excessões claro como qualquer outra mulher cuja personalidade soe alto.

Mas não me tire o prazer de me manter indiferente a algumas coisas. Virou meu luxo secreto: não me sentir convidada a entrar em certas ondas.

Boa noite a vocês... vou tentar tomar um banho e encarar essa noite fria, rezando pra não virar uma abóbora e ir pra festa tentar balançar o corpinho num som anos 80 com gente que desconheço, em um lugar que desconheço e com venda de bebida gelada... bruuuu ninguém merece.


Bjim.



3 comentários:

Venâncio disse...

Se um dia eu não te leio.. perco um sorriso, com certeza! Parabéns! Continua escrevendo! Sempre!

Pri disse...

Querida, ser indiferente nada mais é do que fugir das coisas que estão na nossa frente, a indiferença nos machuca e só nos faz sofrer. Acho que você não tem motivos para ser ou agir assim, cadê aquele entussiasmo dos outros dias, você me parece um pouco rancorosa.

Mas amei a sua postagem de hoje, esse sim é um típico texto seu.

Parabéns! E muitas felicidades!

Everson Marquesî disse...

Eita gripe suina hahahaha
Mas eu concordo contigo e acho que a cada dia teu jeito de escrever é melhor e o vocabulário se enche de coisas lindas e novas!
Amo teus textos!
Paraabéns... e sobre rancor? Quem conhece a dooida escritora da josi sabe.. ela não guarda ele, mas sabe lidar com eles hahahaha mazah guria mala essa... e indiferente? acho que só com a gripe suina mesmo.. porque tu é mega .