sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Bom pai, boa filha!

Pois bem amiguinhos... eis que voltei.
Dei férias forçadas ao meu blog, fiz lição de casa por quase uma semana; escrevi muitoooo em minha caderneta e nos papéis toalha. Li muitos livros legais outros muitos chatos de morrer, curti um carnaval doido e minha familia maravilhosa me deu lições fantásticas que abriram meus olhos ainda mais pra vida.

Hoje quero marcar com letras maiúsculas o quanto AMO PROFUNDAMENTE O MEU PAI o quanto me ORGULHO de chamá-lo assim e o quanto ele é ESPECIAL e IMPORTANTE na minha vida, na vida das minhas irmãs,esposa, dos genros e da neta. E mais ainda, me atrevo a dizer que existem pessoas capazes de amá-lo ainda mais que nós e estas pessoas eu chamo de irmãos, meninos da fazenda e até mesmo de família número dois.

No domingo de carnaval, enquanto o Brasil usava máscaras e purpurina pra ser um personagem, almoçamos junto às famílias dos internos da fazenda CRISSMA. Logo após a missa (realizada no galpão da fazenda) houve um momento de reflexão. E esse momento mudou muita coisa em mim, nos meninos e em todos que ali estavam presentes.
Diante de tanta gente, de tantas vidas, de tanto preconceito e de tanto trabalho, de tanta dificuldade de manter a fazenda aberta, de fazê-la existir e de vê-la prosperar; no domingo passado meu pai fez o discurso mais bonito e sincero que eu já ouvi. Ele chorou e fez a cada um de nós chorar de emoção. E entre lágrimas de emoção haviam outras tantas lágrimas pedindo perdão, outras solicitando força e outras contentes por estar em um ambiente tão familiar e fiel ao objetivo.

Quando criança eu sonhei em ser uma adulta com grana pra viajar, com um carrão, alguns cursos de idiomas e uns cães labradores correndo pelo pátio, uma casa tri legal e quem sabe um marido aos trinta e seis anos, familia? Talvez.
A vida foi passando, os anos ficando mais e mais curtos e a medida que eles passavam eu fui vendo as dificuldades que realizar sonhos e atingir aquelas sonhadas metas eram grandes e que muitas vezes eram mais fortes que o desejo de realizá-las.
Neste domingo, sem querer, com poucas palavras, meu pai mudou muita coisa.
Ele sempre foi uma referência, mas nunca em momento alguem imaginei que mudaria toda uma forma de pensar, todo um objetivo de vida por causa dele. E mudei.

Hoje tenho minha casa, meu carro, minha familia, minha filha, meu emprego, cursos, faculdade e uma grana apertada. Mas acima de tudo tenho objetivo traçado.
Não desejo mais ser alguém importante, estruturada, famosa, rica e todo aquele blábláblá.
Eu sou importante, eu faço a minha parte, eu cuido da minha vida, eu tenho minha familia e mais que isso eu sei que muita gente tem menos que eu e por isso, preciso dar mais de mim. E vou fazer cada vez mais. Hoje eu sou. Diferente de antes quando eu pensava que seria.

Me emociona saber que ainda hoje existam pessoas que não olham para seus próprios umbigos satisfeitos em serem melhores, em terem mais e só. Me emociona saber que ali pertinho de mim existe alguém que deixaria de ter todo conforto se disso dependesse a recuperação de alguém. Me emociona saber que tudo o que ele faz; ele recebe de volta como recompensa, ele recebe sorrisos, esperança e agradecimentos silenciosos em abraços de adeus.

Eu estou empolgada em ser mais do que muita gente acha que sou capaz de ser como ser humano, e mais ainda; estou levando isso adiante estou clamando por um exército de pessoas que vejam além de si mesmos. Chamando pessoas que façam valer a palavra solidariedade. É disso que o mundo precisa. É de mais João Batista que o mundo precisa.

Pai eu me orgulho de saber que além de ser tua filha compartilho da mesma fome de partilhar tudo em prol de "amar uns aos outros", mesmo que pra isso seja necessário abrir mão de mim mesma. Ou de um carnaval de fantasias. Ou mesmo de um sonho consumista de ter. Porque tudo de mais precioso é de graça e se chama vida.

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De saco pra mala...
Sai sexta correndo lá do banco. Dei um adeus histórico pras pombas da prefeitura de Porto Alegre e jurei pra mim mesma que não iria voltar pra lá, a não ser claro... se fosse pra comprar!
Nada é capaz de pagar a tranquilidade, salário nenhum é capaz de pagar a satisfação de se fazer o que realmente se gosta.
É deu pra notar... chutei o balde. Afinal sei exatamente o que devo fazer e sei o que eu vou fazer.

E por isso sai um pouco da net. To focada "nos troços" que estou fazendo e muito feliz por estar sendo bem paga pra "brincar em serviço", porque é exatamente isso que estou fazendo... trabalhando noq ue eu amo, com o que eu amo e com pessoas que eu amo. Muito. Denovo. O bom filho a casa torna!

Rsrsrsrs

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